Tuesday 10 July 2007

Dizem algumas luminárias da publicidade que esta deve constituir entertenimento, para além da pura e simples passagem de informação de cariz (adoro esta palavra, parece uma mistura entre “caril” e “nariz”) publicitário.

Neste contexto, qual não foi a minha alegria quando fui convidado a fazer parte de um juri do festival que escolhe a melhor publicidade no Casaquistão. Onde outros veriam enfado, eu vi a oportunidade única de ser confrontado com peças de comunicação extremamente mal realizadas que me fariam rir que nem um perdido durante um periodo considerável de tempo.
De todas as peças que me coube analisar, uma destacava-se, infelizmente, não pelos melhores motivos. Enquanto a descrição deste anúncio poderia ser matéria de um tratado de mau gosto, as linhas gerais bastarão para caracterizar esta obra tão singular.
Tudo gira em torno de um cavalheiro rubicundo, que vemos entrar num automóvel topo de gama, depois no escritório, e finalmente em casa, com uma mulher convenientemente esbelta em pé atrás de si. O cerdo refastela-se no sofá, e aparece o “packshot” do produto, que afinal era uma vodka chamada.......”A dignidade do homem”! Fenomenal, não?

Isto tem mais que se lhe diga. A relação entre homens e mulheres no Casaquistão (e na Rússia) é bem diferente da Europa ocidental. Enquanto pelos nossos (perdão, vossos) lados, o tema da igualdade entre os sexos ainda é tema de debate, por cá não o é. Por um lado, as mulheres sempre tiveram um papel igual aos homens nas tomadas de decisão no mundo nómada. No comunismo, as coisas não eram diferentes, e assim ficaram até hoje. Só que há um pormenor mais interessante: apesar de as mulheres reconhecerem a igualdade no campo profissional, não o fazem a nível sentimental.

Qualquer mulher neste lado do mundo dirá que a principal característica desejável num homem é ser forte. Ou seja, por cá espera-se que um homem corresponda ao que dele se espera. Assegurar a qualidade de vida de uma mulher, responsabilizar-se por tudo, pagar sempre que é necessário. Como me dizia uma amiga moscovita “Há algo de mais romântico que um homem dar tudo a uma mulher?”
Que enorme contraste entre esta realidade e as experiências que há dias me contava uma amiga casaque, queixando-se de um antigo namorado belga. Estando ela em casa um belo fim de semana, a transladar móveis a grande custo, telefonou ao namorado, esperando a sua ajuda. O rapaz, à boa maneira pos-moderna, disse-lhe apenas que ela era forte o suficiente para a tarefa e além disso, não lhe apetecia sair de casa. Um verdadeiro homem com “h”...

Para além da igualdade de direitos, deveres e obrigações entre os sexos, altamente desejável, no mundo do sentimento as coisas serão sempre diferentes. Homens que arrabatam, que tomam decisões e que se impõem ao destino serão sempre queridos ao coração das mulheres.

O tal “h”, pelos vistos, tem que ser conquistado. E merecido.

3 comments:

Anonymous said...

Eu estou com Belga. Uma mulher que se dispõem a mudar moveis sozinha e que liga para um tipo para ir dar uma ajudinha porque ela já está cansada, não é certa. Há rapaziada especializada para esses serviços. Mulheres dessas de costas devem ser homens ( com h grande)autênticos, espero que a unica diferença seja mesmo não terem pêlo. Mesmo assim não sei.

Sonia said...

Agora já posso falar contigo

Sonia said...

Priviet,
Spoke to Nastya today.
Nice girl.
Tschuz Liebe